AS BORBOLETAS...

Convido você a pensar sobre questões fundamentais para o ser humano. A maioria de nós está em constante busca de viver bem, de usufruir da vida e de nos desvencilhar da solidão.

Nossa história nos formou. Somos quem somos devido aos sistemas dos quais fazemos parte.

Ao mesmo tempo que ansiamos por um amor verdadeiro, que nos traga segurança, proximidade e cuidado; também desejamos viver paixões que nos revigorem, que acordem nosso desejo, que faça nossos corpos suspirarem.

O erotismo também é uma parte essencial de nós. É a propulsão de vida, o exalar da essência humana, a descoberta de si mesmo. Ele requer distanciamento, mistério, busca o inusitado, a espontaneidade, o perigo, o inseguro...Busca o encontro e o desencontro, ao mesmo tempo.

Falariam o amor e o erotismo duas línguas distantes? Em que etapas do caminho eles podem se cruzar? Pode uma relação estável manter acesa a chama do desejo após muito tempo? Conversaremos sobre estes e outros temas...




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Homens e Mulheres...

Os homens dizem que as mulheres são complicadas, eles não entendem suas necessidades,  elas mudam de humor de uma hora para outra, são confusas, são dicotômicas, guardam rancor, vivem repetindo as mesmas lamúrias, adoram discutir a relação,sempre conseguem motivos para brigar, são carentes e sentimentais e querem sempre entender mais do que é preciso. Será que isso tudo é verdade?

E o que as mulheres dizem dos homens? Que eles são insensíveis, são lerdos, são tão focados que não conseguem fazer duas atividades ao mesmo tempo, não sabem expressar sentimentos, não se comunicam,  pensam que a raiva passa tão rápido quando um vento , não escutam o que se fala, são superficiais e sempre fogem de assuntos sérios.

A diferença entre homens e mulheres é gritante. Parece que pertencem a mundos diferentes. Enxergam as mesmas coisas sob ângulos  distintos.

A maioria dos casais entra em crise por não conseguir entender e conviver com essas diferenças. A mulher, na maioria das vezes tenta a todo custo transformar o homem naquilo que ela acha que ele deve ser. E não se dá conta que o que a atraiu nele foram exatamente as diferenças. E que a transformação que ela tanto insiste destruiria toda a atração que os uniu. O homem, por sua vez, perde a paciência com as implicâncias femininas, começa a se sentir desprestigiado, não admirado e se deixa levar pela apatia.

No dia a dia a insistência e repetição das reclamações pelo que o parceiro deixou de fazer acabam por tornar a relação algo quase insuportável, ou simplesmente algo que se tem que aturar. Esse novo conceito do que a relação significa tira do casal a possibilidade de usufruir do melhor : o carinho, a cumplicidade, o cuidado, a admiração, a aceitação, o desejo, o erotismo... Tudo isso cede lugar a obrigações ferrenhas, mágoas, tédios...um peso, e não uma celebração.

De repente, um não mais consegue ouvir o que o outro diz. Uma trava é levantada na comunicação dos dois e  o distanciamento vai se instaurando.

Quando isto acontece é hora de repensar, de retroceder, de buscar ajuda e tentar um movimento que devolva o que realmente os uniu.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Bem dentro de nós...

Sei que é. Mas para  começar a encontrar algumas respostas me fiz esta pergunta: Por que é tão difícil falar sobre sexualidade? Por que é quase impossível se falar em sexo?

Hoje está em moda se falar em sexo nos programas de auditório. Expor intimidades que ao meu ver, apontam para outras questões bem pessoais.Todavia  esses programas captaram a necessidade das pessoas de se identificar com assuntos que todos temos "as nossas dúvidas".

Os homens já não falam mesmo. A linguagem verbal para a maioria deles é complicada. Por isso, nós mulheres precisamos aprender a escutar outros tipos de linguagem dos nossos parceiros. Na verdade eles, quando falam entre amigos, não colocam o cerne da questão, na maior parte das vezes Apenas se gabam de algumas conquistas, peripécias e tentam se mostrar viris, para afirmar suas masculinidades.

A sexualidade sempre foi uma área intocada. Alguns a colocam num patamar acima de todos os outros da vida. Outros a inferiorizam e fazem de conta que essa parte da vida não existe, sublimando assim os desejos, fantasias, pensamentos até.

Dentro do tema da sexualidade, temos o sexo em si, além de outros. Penso que uma das dificuldades de se falar de sexo  se dá pela completa falta de treino. No fundo achamos que é uma área secreta e por isso não podemos nem mexer nela. Tentar melhorar? Fica só no desejo. A maioria não tem coragem de se arriscar a conversar com o parceiro em como torna-lo mais prazeroso.

A maioria também foge dos próprios desejos. Parece que tudo em relação ao sexo é um pouco "sujo", proibido e ilegal. Não nos confrontamos com eles e sequer paramos para refletir sobre eles. O medo de não saber o que encontraremos dentro das nossas conjecturas nos faz fugir do que realmente eles significam.

As sensações, as fantasias, as faltas, as necessidades...Tudo isso sinaliza uma parte de nós que se trancafiou em quatro paredes da alma.

Não sou adepta a falar tudo o que pensamos. nem para aos maridos, esposas, parceiros... existem coisas que pertencem somente ao nosso mundo. É nosso, privado. Todavia, precisamos estar atentos àquilo que faz parte da relação e que pode ser, em muito, melhorado.

A área sexual é uma área importante, muitíssima importante; todavia pode não ser o ponto principal das nossas questões mais profundas. Esta área pode mostrar sinais de que outras profundezas precisam de cuidado e atenção.

Alguns casais, mesmo se amando passam sérios problemas no relacionamento sexual E ficam atônitos, sem entender a razão. Mas nos amamos tanto! Somos tão parceiros! O que pode estar errado?  Intimidade e amor não necessariamente são indicativos certeiros para um bom sexo. Existem mais coisas por trás dessa fantástica aventura de sexo à dois.

Somos um ser completo e a nossa história nos transformou em quem somos. A nossa história está embebida nos desejos, sonhos, fantasias e pensamentos, inclusive de  cunho sexual. Por isso, a atenção à nossa própria sexualidade pode nos dar pistas certeiras daquilo que somos, dos nossos anseios, bloqueios e carências.

Para começar, precisamos dar atenção ao que sentimos. Ouvir os nossos pensamentos e dialogar com eles sem medo, sem preconceito, independente de quais são eles. Refletir a respeito de "loucuras" que nos passam, de idéias sem sentido, de desejos remotos não significa necessariamente a execução dos mesmos. Até porque alguns são impossíveis. Outros só cabem nos pensamentos e outros, podem até ser efetuados.


É importante  refletir sobre o que eles significam, que necessidades eles apontam, que frustração eles escondem, que bifurcações nos colocam... E aceitar que somos seres completos e ao mesmo tempo que há faltas.. Temos dentro de nós a chama do desejo. Do desejo de vida, de prazer, de encontros e desencontros, de descobertas e ocultações; de significados e significantes; de tantas coisas... Somos assim...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

AS BORBOLETAS...


Uma coisa interessante sobre As Borboletas: A maioria delas só vive por umas duas semanas depois que sai do casulo. E nesse curto espaço de tempo, precisa achar um parceiro antes de morrer."

Penso: A busca por um parceiro é a coisa mais importante para uma borboleta. Independente dos seus motivos, ela precisa desse encontro, real, intenso e avassalador.... para que a sua vida tenha valido à pena...

VIVER NÃO DÓI!

Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas 
e não se cumpriram. 

Por que sofremos tanto por amor? 

O certo seria a gente não sofrer, 
apenas agradecer por termos conhecido 
uma pessoa tão bacana, 
que gerou em nós um sentimento intenso 
e que nos fez companhia por um tempo razoável, 
um tempo feliz. 

Sofremos por quê? 

Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer 
pelas nossas projeções irrealizadas, 
por todas as cidades que gostaríamos 
de ter conhecido ao lado do nosso amor 
e não conhecemos, 
por todos os filhos que 
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, 
por todos os shows e livros e silêncios 
que gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, 
pela eternidade. 

Sofremos não porque 
nosso trabalho é desgastante e paga pouco, 
mas por todas as horas livres 
que deixamos de ter para ir ao cinema, 
para conversar com um amigo, 
para nadar, para namorar. 

Sofremos não porque nossa mãe 
é impaciente conosco, 
mas por todos os momentos em que 
poderíamos estar confidenciando a ela 
nossas mais profundas angústias 
se ela estivesse interessada 
em nos compreender. 

Sofremos não porque nosso time perdeu, 
mas pela euforia sufocada. 

Sofremos não porque envelhecemos, 
mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, 
impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e 
nunca chegamos a experimentar. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido? 

A resposta é simples como um verso: 
Se iludindo menos e vivendo mais! 

A cada dia que vivo, 
mais me convenço de que o 
desperdício da vida 
está no amor que não damos, 
nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, 
e que, esquivando-se do sofrimento, 
perdemos também a felicidade. 
A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional. 
O impossivel é o dificil que voce não tentou mais um pouco" 

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

LEI DA ATRAÇÃO...

O coração escolhe por nós. Existe uma Lei da Atração que aproxima aquele ou aquela que nós, inconscientemente desejamos e precisamos para continuar o ciclo sistêmico impregnado nas paredes da nossa alma.


A proximidade que o amor deseja, muitas vezes iimpede que o erotismo se mostre em sua força. O erotismo pede distanciamento...
Como encontraremos o caminho para as duas estradas? Onde elas se encontram? Quais suas bifurcações?




DEPRESSÃO- MAL DO SÉCULO


A depressão é o mal individual do século, além de outros males que nos deparamos todos os dias.

Isto porque, a cada dia, mais homens e mulheres encontram-se adoecidos internamente pelos muitos desafios enfrentados, pelos traumas acometidos, pela idade inclemente que avança, pela perda de entes queridos, pela frustração profissional, pela falta de conhecimento dos seus verdadeiros potenciais pessoais, além de vários outros motivos.

A depressão é uma palavra que é usada para descrever nossos sentimentos. Se sentir mal, triste, para baixo, angustiado... algumas vezes é normal e faz parte dos vários sentimentos que se apoderam de nós, seres humanos.

Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais: 
• Perda de energia ou interesse 
• Humor deprimido 
• Dificuldade de concentração 
• Alterações do apetite e do sono 
• Lentificação das atividades físicas e mentais 
• Sentimento de pesar ou fracasso

Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.

Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: 
• Pessimismo 
• Dificuldade de tomar decisões 
• Dificuldade para começar a fazer suas tarefas 
• Irritabilidade ou impaciência 
• Inquietação 
• Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer 
• Chorar à-toa 
• Dificuldade para chorar 
• Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança... 
• Dificuldade de terminar as coisas que começou 
• Sentimento de pena de si mesmo 
• Persistência de pensamentos negativos 
• Queixas freqüentes 
• Sentimentos de culpa injustificáveis 
• Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual

Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o a pessoa está deprimida.
De qualquer forma, mesmo que a pessoa não se encontre numa depressão profunda, é necessário que se proteja para que este estado de ansiedade não se instaure de uma maneira sem muito controle. É preciso uma parada no ativismo do dia a dia, e investimento pessoal para uma auto-análise, auto-conhecimento e consequentemente, abertura de novos horizontes na vida.

A terapia é um instrumento bastante eficaz no trabalho de descoberta e de incentivo à pessoas que precisam de mudanças internas, de redescobrir seus potenciais, para que consigam viver de uma forma mais plena todas as áreas da sua vida.

REPETIÇÕES DE PADRÕES FAMILIARES

Cada família tem suas regras, seus segredos, suas formas de interagir, suas disfunções e suas próprias maneiras de lidar com os problemas. Maneiras estas que podem ser positivas ou negativas para um ou mais membros desse sistema.

Todavia, por estarem seus membros inseridos no sistema, ao longo dos anos vai ficando impossível sentir e observar como ele realmente funciona e que males essa forma de funcionar pode estar trazendo aos seus membros como indivíduos e ao próprio sistema familiar como um todo.

Temos uma tendência intrínseca à repetição de padrões familiares apreendidos desde a infância, e que são passados de geração a geração, de formas explícitas e implícitas, conscientes e inconscientes. Por isso, comportamentos que odiávamos nos nossos pais que, inclusive nos fizeram sofrer, percebemos repetidos nas nossas próprias ações para com a nossa nova família.Esse tipo de repetição causa espanto e muita dor. 

O que é preciso para não repetir padrões que causaram-nos e continuam causando tanta dor? Como ser curado de traumas familiares que se impregnaram na nossa personalidade? Estas e outras perguntas tem sido feitas de forma angustiada, e para cada uma delas há vários caminhos a percorrer.

Trazemos para a nossa nova família padrões e formas de funcionar das duas famílias de origem. O que é preciso fazer é negociar e renegociar novas regras para uma nova família, para que uma nova história seja escrita sobre a terra, além de tratar as patologias que causam tantos dissabores a seus membros.

A afetividade, a comuniçação clara e a percepção dos erros cometidos dentro da interação familiar são fatores por demais importantes para que uma familia alcance seu equilíbrio. Isto parece óbvio e claro. Todavia, nem sempre os cônjuges percebem de maneira clara os reais motivos das crises. Na sua maioria acusam o outro e o responsabilizam por todos, ou pela maioria dos erros presentes na relação conjugal. 

Cada um tem razão, o outro é sempre o culpado, o outro não muda, eu não preciso mudar, ou, se ele(a) mudar, ai sim, vou me motivar a mudar também.

Ou mesmo, um dos conjuges assume alguns erros básicos mas, na sua visão, não são suficientes para detonar uma crise conjugal ou familiar. Os erros do outro, estes sim, são relevantes e têm levado a família à ruina. Posso chamar isso de falsa percepção, ou percepção distorcida, além da incapacidade pessoal de se colocar no lugar do outro e tentar enxergar a relação sob a ótica dele(a).

Não existe a visão certa ou errada. Existem visões e percepções, e estas dependem do ângulo de quem olha, da sua história, dos seus medos, dos seus traumas, das suas expectativas.

Muitas vezes, a criança é o melhor indicador da situação afetiva da família . A forma simples e realista com a qual enxerga o dinamismo familiar deve ser considerado. Assim como é extremamanete importante observar suas reações, suas patologias, seus sintomas, que nada mais são que pontas de icebergs num imenso mar cheio de montanhas soterradas. É preciso ouvir as crianças e permitir que elas, sem medo, ajudem as famílias e a elas próprias a se libertarem de padrões doentios, sendo livres para construirem novos relacionamentos.

É maravilhoso poder enxergar e ter a chance de mudar.

Jacqueline Kauffman

MUTANTES É O QUE SOMOS

Somo seres mutantes, no sentido literal da palavra. Nossa pele descama, nossa alma troca a textura, nossos pensamentos precisam ser reavivados, nossas perspectivas carecem de novas visões.

Nossos olhos precisa de óculos novos. A visão de outrora, embora vívida e colorida já não nos serve mais. Os óculos dependem do estilo pessoal de cada um, que também está em transformação.

Dizem que as mudanças infantis acontecem a passos gigantes, e isto é verdade. Mas pouca gente fala dos galopes das mudanças da maturidade.

Estas também acontecem de forma surpreendente, quando nos abrimos para o mundo e para as novas descobertas.

A visibilidade da mutação acontece, nesta fase, de forma diferente da infância e adolescência. A restauração não se mostra na forma externa. Não nos mostramos esteticamente mais garbosos, mais musculosos, mais altos, mais bonitos, mais atraentes.

Internamente somos capazes de ultrapassar qualquer adolescente no ápice da sua completude física. Nos sentimos mais reflexivos, mais completos, mais inteligentes até. Mais inteligentes , por descobrirmos o que faríamos se as antigas oportunidades nos brindassem com a suas presenças. Seria muito diferente!

O que importa hoje é o que temos nas mãos. E que possamos, por nos tornarmos mais profundos, ainda usufruir das mudanças e continuarmos a transformar o nosso caminho, seguindo com a intensidade do momento, mas não deixando-nos entregar a apenas sonhos do que poderíamos ser.

Sempre há o que sonhar. Somos mutantes. E sempre o seremos. Esta verdade é a chave para as novas mudanças.